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Ele é um dos tubérculos mais versáteis da culinária, podendo ser cozido, frito e até mesmo virar vitamina. Trata-se do inhame, que fechou o mês de agosto 38,5% mais barato em relação a igual mês de 2016, no atacado da CeasaMinas, em Contagem. A boa situação de preço para o consumidor é resultado principalmente do volume ofertado, que aumentou 22,8% no período, passando de 1,5 mil para 1,9 mil toneladas. Nutricionalmente, o produto também é ótima dica de consumo: um dos estudos relaciona seu consumo à redução do risco de algumas doenças em mulheres na pós-menopausa.
Este tem sido um bom ano para quem gosta de incluir a hortaliça no cardápio. Enquanto a média de preço em 2016 foi de R$ 2,12/kg no atacado, de janeiro a agosto deste ano, foi de R$ 1,46/kg.
Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, o quadro atual é conseqüência justamente dos preços mais altos de 2016, que estimularam muitos produtores a aumentarem o plantio para este ano.
"Nessa mesma época, no ano passado, eu cheguei a vender inhame até por R$ 80 (saco de 20kg). Hoje está saindo a R$ 25/sc", explica o produtor rural José Aguinaldo Marques Parreiras, do município de Lagoa Dourada, na região do Campo das Vertentes, a cerca de 145 quilômetros da capital. Parreiras é um dos usuários do Mercado Livre do Produtor (MLP) do entreposto de Contagem da CeasaMinas.
O produtor explica que, como o ciclo produtivo do inhame demora de 8 a 12 meses, o reflexo do aumento do cultivo tem aparecido agora. "Com o mercado, acontece muito disso: 'deu barato', todo mundo sai fora; 'deu caro', todo mundo entra para plantar", diz, ao destacar que ele próprio elevou a safra entre 30% e 40%.
O produtor conta que começou a plantar inhame aos 12 anos de idade, com o pai, e há 22 anos comercializa no MLP. Ao longo desse tempo, diz ter presenciado inhame ser comercializado a R$ 5/sc. "O curioso é que quando o preço cai demais, aí é que o produto não é vendido mesmo".
Outra característica do cultivo do inhame é a possibilidade de os produtores adiarem a colheita, deixando o produto debaixo do solo enquanto aguardam preços melhores. "Há muitos produtores fazendo isso em outras regiões, mas ainda assim, o preço não tem reagido no mercado. Dá pra segurar o produto na roça até o fim de outubro, porque, se passar disso e não colherem, o inhame começa a brotar e ele não pode ser cozido depois", explica.
Custos Já o produtor rural Paulo Fernandes da Cunha reclama que o preço pago pelo comprador não tem sido suficiente para cobrir os custos. "O custo para eu produzir e trazer ao atacado gira em torno de R$ 1,25/kg, no mínimo".
Na contramão da queda de preço, ele reclama das altas dos valores de itens como diesel, energia elétrica e mão de obra. "O inhame é uma cultura toda dependente de mão-de-obra, que representa cerca de 50% do nosso custo. Do ano passado para hoje, a diária de um trabalhador na roça aumentou cerca de 30%".
A expectativa dele era ver o preço do inhame reagir em agosto, o que não aconteceu. "Vamos ver agora em setembro. O problema é que, quando o produtor tenta jogar o preço da mercadoria um pouco acima, ele simplesmente não está conseguindo vender. A mercadoria fica parada", lamenta.
Inhame na saúde
Dentre os inúmeros benefícios associados ao inhame, há um estudo realizado pela Universidade Nacional de Taiwan, segundo o qual a hortaliça pode contribuir para reduzir o risco do desenvolvimento de câncer de mama e de doenças cardiovasculares em mulheres na pós- menopausa.
A redução do risco seria conseqüência das melhorias dos níveis hormonais e de colesterol identificadas na pesquisa com mulheres que substituíram dois terços das refeições diárias por inhame, por 30 dias. A diosgenina, substância que tem estrutura similar ao hormônio sexual estrógeno, seria a responsável pelos benefícios.
Confira demais produtos em safra e outros dados, como o Boletim Diário de Preços, no link Informações de Mercado do site da CeasaMinas.
Mais informações:
Decom CeasaMinas: (31) 3399-2011/2035/2036 Notícia de 15/09/2017.
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