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Na Europa a variedade branca é sinônimo da produção de açúcar e etanol. No Brasil, entretanto, a beterraba é ingrediente básico de saladas, sucos, refogados e até de doces. Toda essa versatilidade gastronômica também pode trazer mais economia nesta época, já que a beterraba está em plena safra na CeasaMinas. Pra se ter uma ideia, o preço médio registrado de 1 a 15 de setembro (R$ 1,07/kg) é 56% menor que no último mês de maio (R$ 2,45/kg), quando atingiu o pico no atacado do entreposto de Contagem neste ano. Estudo de universidade britânica já apontou os benefícios do suco de beterraba para aumento da resistência física durante os treinos.
Desde maio, a beterraba vem seguindo uma tendência de queda de preços, em razão principalmente do aumento da oferta na CeasaMinas. Em junho, o preço médio no atacado foi de R$ 1,82/kg; em julho, R$ 1,08/kg; e em agosto, R$ 1,03/kg. A pequena alta do preço médio verificada na primeira quinzena de setembro em relação a agosto pode ser atribuída ao aumento das temperaturas, o que estimula o consumo de saladas, e ao movimento mais intenso do comércio no início do mês.
O produtor rural José Celso de Andrade, do município de Carandaí (MG), diz que, embora o preço esteja baixo, a procura não tem aumentado. No último dia 14/9, ele vendia o saco de 18 quilos por R$ 20, no atacado do Mercado Livre do Produtor de Contagem (MLP). "Acima de R$ 15 está razoável para cobrir custos. O problema é que tá ruim de vender", afirma. Por causa das dificuldades em contratar mão de obra, ele não pensa em aumentar o plantio de beterraba, mas mantém cultivo diversificado, que inclui repolho, couve e brócolis.
O vendedor Admilson Pereira da Silva também acredita que o valor médio praticado para a beterraba, apesar de baixo, seja suficiente para cobrir os custos. No MLP, ele representa o produtor João Gualberto Machado, do município de São João del-Rei (MG). Silva explica que o produtor procura gerenciar a oferta de mercadorias de acordo com a previsão de demanda no atacado. "O normal é trazermos cerca de 2 mil sacos por dia. Em períodos mais frios sabemos que a procura é menor e, então, reduzimos para 1 mil sacos".
Quem vem comprar no entreposto, seja representante do varejo ou consumidor final, tem à disposição três tipos de beterraba. É o que explica Silva, que destaca a beterraba de classificação 2A como a preferida dos sacolões: ela tem um tamanho maior, sendo bem aceita pelos consumidores do varejo. A beterraba de classificação 1A é bem menor, sendo mais utilizada por quem pretende processar (cortar, fatiar, ralar, etc). Já a variedade conhecida como especial é uma versão intermediária, muito presente nas bandeijinhas embaladas em filme plástico.
Armazenamento Nelson Hayashi, vendedor da Shimada Agronegócios, de São Gotardo (MG), ressalta que a empresa investe em planejamento do plantio e em câmeras frias, a fim de colher as beterrabas no momento certo. "Se o produto ficar mais tempo que o necessário embaixo do solo perde o tamanho exigido pelo mercado comprador". Em uma situação, por exemplo, em que os preços estejam desfavoráveis, Hayashi garante que a hortaliça pode ser armazenada por até seis meses, sem perda de qualidade. "Muitos produtores acabam sendo obrigados a colher toda a beterraba de uma vez, o que derruba o preço no mercado. Nós conseguimos dosar a saída da mercadoria e manter um preço mais regular".
Entre os compradores da Shimada, chama a atenção a grande participação do Nordeste: pelo menos 1/3 de toda a produção de cenoura e beterraba é carregado para aquela região, conforme ele ressalta.
Minas Gerais é destaque Os municípios mineiros foram responsáveis, entre janeiro a agosto deste ano, por 100% da oferta de beterraba no entreposto de Contagem da CeasaMinas. Cinco municípios responderam por 88,2% do total: Carandaí (27,5%); Coronel Xavier Chaves (18,8%); Lagoa Dourada (17,3%); Rio Paranaíba (12,5%); e São João del-Rei (12,1%).
Aliada dos atletas Boa fonte de carboidratos, ferro, vitaminas do complexo B e C, a beterraba é também uma grande aliada de quem se exercita. Um estudo realizado pela Universidade de Exeter , na Grã-Bretanha, e publicado no Jornal de Fisiologia Aplicada em 2013, aponta que beber suco de beterraba contribui para aumentar a resistência física, possibilitando que atletas se exercitem por até 16% de tempo a mais.
De acordo com a pesquisa, o segredo estaria no nitrato da beterraba, que ajuda a reduzir o consumo de oxigênio, diminuindo o ritmo em que as pessoas chegam à exaustão. A descoberta promete beneficiar, além de atletas de esportes de resistência, pessoas com doenças cardiovasculares, respiratórias e metabólicas.
Segundo o calendário de comercialização da CeasaMinas, a beterraba apresenta os preços menores entre os meses de agosto e dezembro. Portanto, a dica é aproveitar para economizar.
Para conferir receitas de beterraba, clique aqui.
O Boletim Diário de Preços e outros dados ligados à comercialização podem ser consultados no site da CeasaMinas, no link Informações de Mercado.
Mais informações: Departamento de Comunicação CeasaMinas (31) 3399-2011/2012/2035/2036
Notícia de 17/09/2018.
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